segunda-feira, 2 de abril de 2012

Revolta contra a Calçada

Tenho uma amiga chamada IRENE COIMBRA, ela tem uma luta fantástica, o peso que ela carrega consigo é demais, imaginem uma CALÇADA suplicando reparos. Entendam este diálogo, acredito ser uma crônica poética rimada:



Revolta contra a Calçada



CHEGA! Nem vem... Estou com você por aqui, ó...

Eu não lhe disse que aquela seria a última vez que intercederia a seu favor? Não está lembrada, sua calçada esburacada?

Falei com meio mundo, e até na TV falei de você! Pedi ajuda à imprensa, falada e escrita, mas me disseram que você não passa de uma parasita! Que já fizeram tudo que podiam pra ajudá-la, mas você não se mexe, só fica no fala, fala...

E a bobona aqui, correndo de lá pra cá, falando com um, falando com outro, pedindo ajuda pra um, pedindo ajuda pra outro e você aí só olhando pro espaço sem mexer um braço. Estou revoltada, e minha vontade é dar-lhe uma cacetada!

Não me venha mais com essa conversa mole de que esse pessoal da Área de Lazer é o responsável por você não se mexer. Não quero saber de mais nada, chega dessa palhaçada! Nunca mais venha me pedir socorro pra se livrar do cocô de cachorro. Merece mesmo todo entulho que estão jogando em você e que mostraram na TV! Merece ser pisada por todo mundo, e servir de cama pra vagabundo!

Devia aprender com nossos políticos! Eles sim são trabalhadores, valentes, salvo três ou quatro incompetentes! Não viu o que fizeram recentemente? Seguindo o abecedário, aumentaram o próprio salário! Tudo na maior discrição, como manda a boa educação. Não ficaram aborrecendo o povo pra saber se concordavam ou não. Simplesmente fizeram entre eles a votação! Você também devia fazer assim, e não ficar correndo atrás de mim. Isso sim que é trabalhar! Fazem tudo com perfeição, já pensando na reeleição!

A sua ladainha não mais engulo, sua depósito de entulho! Pensa que não vi quando derrubou aquela criancinha que seguia, distraída, a mãezinha? E a velhinha que quase quebrou a perna quando a derrubou? Pensa que não vi? Vi tuuuudo, sua infame! Daqui pra frente, que se dane!

Vou lhe pedir um favor, me faça isto... esqueça que existo! Continue aí olhando pro céu... quem sabe qualquer hora abaixa por aqui algum ET e cuida de você!

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Irene Coimbra

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