Origem e carreira política
Era filho de Sebastião de Sousa Peçanha, padeiro, e de Joaquina Anália de Sá Freire, descendente de uma família importante na política norte fluminense. Teve quatro irmãos e duas irmãs. A família vivia pobremente em um sítio no atual distrito de Morro do Coco,
Campos dos Goytacazes até que se mudou para o centro da cidade quando Nilo Peçanha chegou na idade escolar.
[16] Seu pai era conhecido na cidade como "Sebastião da Padaria".
[6]
Foi descrito como sendo mulato
[2][4][5][9] e frequentemente ridicularizado na imprensa em charges e anedotas que se referiam à cor da sua pele.
[1][7][8] Durante sua juventude, a elite social de
Campos dos Goytacazes chamava-o de "o
mestiço de Morro do Coco".
[6]
Em 1921, quando concorreu à presidência da República como candidato de oposição, cartas atribuídas falsamente ao candidato governista,
Artur Bernardes, foram publicadas na imprensa e causaram uma crise política pois insultavam o ex-presidente Marechal
Hermes da Fonseca, representante dos militares, e também Nilo Peçanha, outro ex-presidente, que era xingado de
mulato.
Gilberto Freyre, escrevendo sobre futebol, usou-o como paradigma do mulato que vence usando a malícia e escondendo o jogo mencionando que
"o nosso estilo de jogar (…) exprime o mesmo mulatismo de que Nilo Peçanha foi até hoje a melhor afirmação na arte política".
[11]
Alguns pesquisadores afirmam que suas fotografias presidenciais eram retocadas para branquear sua pele escura.
[7][12][13] Alberto da Costa e Silva diz que Nilo Peçanha foi apenas um dos quatro presidentes brasileiros que esconderam os seus ancestrais africanos, sendo os outros
Campos Sales,
Rodrigues Alves e
Washington Luís.
[14] Já o presidente
Fernando Henrique Cardoso confirmou ser descendente de uma
escrava.
Abdias Nascimento afirma que, apesar de sua
tez escura, Nilo Peçanha escondeu suas origens africanas e que seus descendentes e família sempre negaram que ele fosse mulato.
[15]
A biografia oficial escrita por um parente, Celso Peçanha,
[10] nada menciona sobre suas origens raciais, mas uma outra biografia posterior o faz.
[2] Portanto, alguns pesquisadores expressam dúvidas sobre se Nilo Peçanha era ou não mulato.
[3] Em qualquer caso, suas origens foram muito humildes: ele mesmo contava ter sido criado com "pão dormido e paçoca".
[6]
Terminou os estudos preliminares em sua cidade, no
Colégio Pedro II. Estudou na
Faculdade de Direito de São Paulo e depois na
Faculdade do Recife, onde se formou.
Casou-se com
Ana de Castro Belisário Soares de Sousa, conhecida como "Anita", descendente de aristocráticas e ricas famílias
campistas. O casamento foi um escândalo social, pois a noiva teve que fugir de casa para poder se casar com um sujeito pobre e "mulato", embora político promissor.
[6]
Participou das campanhas abolicionista e republicana. Iniciou a carreira política ao ser eleito para a Assembleia Constituinte em
1890. Em
1903 foi eleito sucessivamente senador e presidente do estado do
Rio de Janeiro, permanecendo no cargo até
1906 quando foi eleito vice-presidente de
Afonso Pena. Como presidente do estado do Rio de Janeiro, assinou, em
26 de fevereiro de 1906, o
Convênio de Taubaté.
4 dias após o Convênio de Taubaté, em
1 de março de 1906, foi eleito vice-presidente da república, com 272.529 votos contra apenas 618 votos dados a
Alfredo Varela.
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Seus seguidores eram chamados de
nilistas.
Foi
maçom e
Grão-mestre do
Grande Oriente do Brasil de
23 de julho de 1917 a
24 de setembro de 1919, quando renunciou ao cargo.